Seja no Enem, vestibulares ou concurso público, a redação é uma das partes mais importantes da prova e com maior peso para sua nota final. Ou seja, não podemos negligenciá-la.
Muitos candidatos acabam encarando a redação como um bicho de sete cabeças. Porém, não há motivos para isso. Escrever não é dom; é prática e é técnica, como qualquer habilidade.
A questão é que muitas pessoas chegam despreparadas para o dia da prova, sem conhecer a redação do processo seletivo que estão fazendo. O Enem cobra um tipo bem específico de redação, que é um pouco diferente do que é cobrado no vestibular da Fuvest, por exemplo.
O que não pode faltar em uma redação?
Seja qual for a prova que você vá fazer, toda redação tem alguns pontos indispensáveis:
- Respeito à norma culta da língua portuguesa: o seu texto não pode conter gírias, abreviações e termos coloquiais. Nem mesmo entre aspas! Eles podem ser mal-interpretados pela banca corretora e podem tirar pontos preciosos da sua redação. Evite também regionalismos.
- Fuga do tema: o tema proposto para a redação deve ser seguido à risca. Se você apenas tangencia-lo, perderá muitos pontos. Se fugir totalmente, sua redação será zerada e, na maioria dos casos, você será eliminado do processo seletivo.
- Repertório sociocultural: para enriquecer seu texto, é recomendado trazer referências do seu repertório sociocultural – a não ser que seja expressamente indicado o contrário na prova. No entanto, qualquer dado, citação ou estatística não podem ser tirados do chapéu e devem ser devidamente referenciados.
- Estrutura: é preciso prestar atenção ao tipo de texto que está sendo pedido. Existem vestibulares mais ecléticos, que a cada ano pedem gêneros diferentes. Sabia que já teve prova que pediu um “texto de Facebook”? Por isso, é muito importante conhecer o processo seletivo que você vai fazer e praticar os diferentes estilos de texto.
Diferentes tipos de redação
O Enem é o que mais se destaca das outras provas. Os temas da redação costumam abordar problemas sociais, especialmente assuntos que viraram discussão nacional nos anos mais recentes.
E não só isso. O Enem pede, especificamente, uma redação dissertativo-argumentativa. Esse tipo de texto tem uma estrutura bastante particular, que deve ser seguida à risca. Isso envolve a apresentação de argumentos e uma proposta de intervenção para a resolução do problema debatido.
Já os vestibulares das universidades podem variar bastante. A Fuvest, por exemplo, costuma cobrar temas mais densos, até mesmo filosóficos, geralmente em forma de pergunta.
Em 2022, o tema foi “As diferentes faces do riso”. No ano anterior, “O mundo contemporâneo está fora da ordem?”. Veja como são temas que exigem muita reflexão do candidato; trata-se de um texto menos técnico.
O tema de 2022 do Enem, por exemplo, foi “Reconhecimento da contribuição das mulheres nas ciências da saúde no Brasil”. Percebe como é um assunto mais palpável, um problema social mais claro?
Em provas como a Fuvest os textos de apoio da coletânea são ainda mais fundamentais para dar um direcionamento à sua redação e para dar uma melhor noção de que linha deve ser seguida.
Outro exemplo diferente: em 2022, a Unicamp pediu que os candidatos se imaginassem como um influenciador digital jovem, que utilizasse a internet desde cedo. A proposta da prova era a produção de um post para redes sociais problematizando o tema sugerido: “Exposição das crianças na internet”.
Já os concursos públicos tendem a ter uma pegada mais parecida com o Enem. A maioria das redações pedem textos dissertativos, com temas que abordam atualidades e valores humanos.
Cada banca tem sua própria particularidade. Por isso, é importante ficar atento ao edital.
Dicas de estudo para redação
Embora Enem, vestibulares e concursos públicos sejam bem diferentes, as dicas de estudo para produzir uma boa redação são basicamente as mesmas:
Conheça a prova
Como comentamos, conhecer o estilo cobrado na prova é essencial. No caso do Enem é mais fácil, pois o gênero é o mesmo todos os anos. Sendo assim, procure na internet redações nota 1000 de anos anteriores e veja como os candidatos desenvolveram o tema. Mas ler não basta, pratique o estilo dissertativo-argumentativo.
Em vestibulares como a Unicamp, não tem saída. Você tem que se preparar praticando os mais diversos estilos: de crônicas a dissertações, de textos jornalísticos a posts de redes sociais.
Já em provas como Fuvest e Vunesp, as dicas são as mesmas, mas com um adendo para uma preparação teórica ainda maior. Você precisa enriquecer seu repertório sociocultural, incluindo temas como História, Filosofia e Sociologia.
Para concursos, como vimos, é preciso estar atendo à banca organizadora. Veja quem está fazendo a prova, leia o edital e procure redações de anos anteriores para ter uma ideia melhor do estilo de cada processo seletivo.
Linguagem
Seja qual for a redação (a menos que seja indicado o contrário), mas especialmente em textos dissertativos, evite o uso da primeira pessoa, seja no singular ou no plural (‘eu’ e ‘nós’). Também recomenda-se evitar a voz passiva.
Leia e pratique
Vimos que muitas provas costumam tratar de assuntos em voga na sociedade. Nesse sentido, é importante que você mantenha-se informado sobre o que está acontecendo no Brasil e no mundo. Veja, ouça e leia notícias todos os dias. Aliás, isso também é bom para o seu repertório sociocultural.
Mas não pare por aí: leia também literatura, os mais diversos estilos. Quanto mais autores e estilos de escrita diferentes você tiver contato, melhor. Que lê mais, escreve melhor.
E claro que esse conhecimento não pode ficar na sua cabeça. Pratique, escreva em diferentes gêneros. Além de quebrar o gelo e evitar o nervosismo no dia da prova, praticar é importante para você aprender a administrar seu tempo.
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Para aprender mais
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