Qual a importância de estudar Língua Portuguesa para o Enem?

Qual a importância de estudar Língua Portuguesa para o Enem?

Que Português é uma das principais matérias da prova do Enem todos sabemos, mas você sabia que estudar Língua Portuguesa pode ajudar você a conquistar pontos em outras disciplinas?

Isso acontece porque o respeito às regras do nosso idioma não é cobrado apenas na prova de Português, mas em todas as questões de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias do Exame Nacional do Ensino Médio. E não podemos nos esquecer das demais questões discursivas – além da redação, é claro.

Neste post, saiba mais sobre a importância de estudar Língua Portuguesa para o Enem. Em seguida, confira uma lista com 10 questões (com gabarito) que caíram na prova para você praticar. Acompanhe!

O que estuda a Língua Portuguesa

A Língua Portuguesa estuda todos os fenômenos linguísticos do nosso idioma e como eles se relacionam. Existem três elementos que a compõem:

  • Morfologia: trata de aspectos relativos a gênero, número, tempo, modo, classes gramaticais etc.
  • Sintaxe: estuda a forma como o falante transmite uma mensagem e como ele organiza as palavras em uma oração.
  • Semântica: refere-se ao significado das palavras e os sentido que elas podem obter em diferentes contextos.

O que cai na prova do Enem

O Enem é uma prova bastante abrangente, o que significa que podem ser cobrados inúmeros conteúdos de Língua Portuguesa.

As questões dessa disciplina fazem parte da prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, juntamente com Literatura, Língua Estrangeira, entre outras. Ao todo, são 45 questões objetivas e a redação.

A prova de Potuguês no Enem exige o domínio da norma culta, isto é, o candidato precisa demonstrar conhecimento das regras gramaticais e respeitar a linguagem formal. Diante disso, são cobrados conteúdos como:

  • Análise de discurso;
  • Denotação e conotação;
  • Figuras de linguagem;
  • Funções da linguagem;
  • Gêneros textuais;
  • Interpretação de texto;
  • Intertextualidade;
  • Variação linguística.

A interpretação é um dos aspectos mais importantes na prova de Língua Portuguesa do Enem. Além de textos (e muitos enunciados longos), o exame costuma trazer quadrinhos, infográficos e tabelas, exigindo do candidato capacidade de interpretação e compreensão (verbal e não verbal) para responder às questões.

Como se preparar para a prova

Como podemos ver, é fundamental estudar muito para dar conta de todos os conteúdos que podem cair na prova de Língua Portuguesa do Enem.

Tão importante quanto manter os estudos dos temas mais técnicos (especialmente os que que vimos acima), é praticar interpretação e compreensão de texto. Ninguém vira um expert nisso de um dia para o outro. Por isso, é necessário ler e praticar muito. Faça simulados do Enem, resolva questões de edições anteriores e pegue o jeito da coisa.

Já durante a prova, a principal dica é atenção. As questões de Português trazem muitos textos, alguns deles bem grandes, e você precisa estar atento. Assim, você evita ter que ler tudo de novo, o que pode consumir minutos importantes da sua prova.

Dica: antes de ler o texto, leia o comando do enunciado. Em muitos casos, ler o texto sequer é necessário! Em outros, você pode ler o enunciado e as alternativas e apenas buscar as informações necessárias com uma leitura dinâmica.

Por fim, não se esqueça de praticar a redação! Escreva, escreva e escreva. Essa é a parte mais importante do Enem!

Exercícios de Língua Portuguesa do Enem

QUESTÃO 1

Disponível em: www.separeolixo.gov.br. Acesso em: 4 dez. 2017.

Nessa campanha, a principal estratégia para convencer o leitor a fazer a reciclagem do lixo é a utilização da linguagem não verbal como argumento para

a) reaproveitamento de material.

b) facilidade na separação do lixo.

c) melhoria da condição do catador.

d) preservação de recursos naturais.

e) geração de renda para o trabalhador.

QUESTÃO 2

Mais big do que bang

A comunidade científica mundial recebeu, na semana passada, a confirmação oficial de uma descoberta sobre a qual se falava com enorme expectativa há alguns meses. Pesquisadores do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian revelaram ter obtido a mais forte evidência até agora de que o universo em que vivemos começou mesmo pelo Big Bang, mas este não foi explosão, e sim uma súbita expansão de matéria e energia infinitas concentradas em um ponto microscópico que, sem muitas opções semânticas, os cientistas chamam de “singularidade”. Essa semente cósmica permanecia em estado latente e, sem que exista ainda uma explicação definitiva, começou a inchar rapidamente […]. No intervalo de um piscar de olhos, por exemplo, seria possível, portanto, que ocorressem mais de 10 trilhões de Big Bangs.

ALLEGRETTI, F. Veja, 26 mar. 2014.

No título proposto para esse texto de divulgação científica, ao dissociar os elementos da expressão Big Bang, a autora revela a intenção de

a) evidenciar a descoberta recente que comprova a explosão de matéria e energia.

b) resumir os resultados de uma pesquisa que trouxe evidências para a teoria do Big Bang.

c) sintetizar a ideia de que a teoria da expansão de matéria e energia substitui a teoria da explosão.

d) destacar a experiência que confirma uma investigação anterior sobre a teoria de matéria e energia.

e) condensar a conclusão de que a explosão de matéria e energia ocorre em um ponto microscópico.

QUESTÃO 3

BRANCO, A. Disponível em: www.oesquema.com.br. Acesso em: 30 jun. 2015.

A internet proporcionou o surgimento de novos paradigmas sociais e impulsionou a modificação de outros já estabelecidos nas esferas da comunicação e da informação. A principal consequência criticada na tirinha sobre esse processo é a

a) criação de memes.

b) ampliação da blogosfera.

c) supremacia das ideias cibernéticas.

d) comercialização de pontos de vista.

e) banalização do comércio eletrônico.

QUESTÃO 4

Certa vez minha mãe surrou-me com uma corda nodosa que me pintou as costas de manchas sangrentas. Moído, virando a cabeça com dificuldade, eu distinguia nas costelas grandes lanhos vermelhos. Deitaram-me, enrolaram-me em panos molhados com água de sal – e houve uma discussão na família. Minha avó, que nos visitava, condenou o procedimento da filha e esta afligiu-se. Irritada, ferira-me à toa, sem querer. Não guardei ódio a minha mãe: o culpado era o nó.

RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro. Record, 1998.

Num texto narrativo, a sequência dos fatos contribui para a progressão temática. No fragmento, esse processo é indicado pela

a) alternância das pessoas do discurso que determinam o foco narrativo.

b) utilização de formas verbais que marcam tempos narrativos variados.

c) indeterminação dos sujeitos de ações que caracterizam os eventos narrados.

d) justaposição de frases que relacionam semanticamente os acontecimentos narrados.

e) recorrência de expressões adverbiais que organizam temporalmente a narrativa.

QUESTÃO 5

O efeito de sentido da charge é provocado pela combinação de informações visuais e recursos linguísticos. No contexto da ilustração, a frase proferida recorre à

a) polissemia, ou seja, aos múltiplos sentidos da expressão “rede social” para transmitir a ideia que pretende veicular.

b) ironia para conferir um novo significado ao termo “outra coisa”.

c) homonímia para opor, a partir do advérbio de lugar, o espaço da população pobre e o espaço da população rica.

d) personificação para opor o mundo real pobre ao mundo virtual rico.

e) antonímia para comparar a rede mundial de computadores com a rede caseira de descanso da família.

QUESTÃO 6

Brasil é o maior desmatador, mostra estudo da ONU

O Brasil reduziu sua taxa de desmatamento em vinte anos, mas continua líder entre os países que mais desmatam, segundo a FAO (órgão da ONU para a agricultura).

A entidade apresentou ontem estudo sobre a cobertura florestal no mundo e o resultado é preocupante: em apenas dez anos, uma área de floresta do tamanho de dois estados de São Paulo desapareceu do país. De forma geral, a queda no ritmo da perda de cobertura florestal foi de 37% em dez anos. Entre 1990 e 1999, 16 milhões de hectares por ano sumiram. Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares.

Mas o número é considerado alto. A América do Sul é apontada como a maior responsável pela perda de florestas do mundo, com cortes anuais de 4 milhões de hectares. A África vem em seguida, com 3,4 milhões de hectares/ano.

O Estado de São Paulo, 26 mar. 2010.

Na notícia lida, o conectivo “mas” (terceiro parágrafo) estabelece uma relação de oposição entre as sentenças: “Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares” e “o número é considerado alto”. Uma das formas de se reescreverem esses enunciados, sem que lhes altere o sentido inicial, é:

a) Porque, entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, o número é considerado alto.

b) Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, por isso o número é considerado alto.

c) Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, uma vez que o número é considerado alto.

d) Embora, entre 2000 e 2009, esse número tenha caído para 13 milhões de hectares, o número é considerado alto.

e) Visto que, entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, o número é considerado alto.

QUESTÃO 7

O mundo é grande

O mundo é grande e cabe

Nesta janela sobre o mar.

O mar é grande e cabe

Na cama e no colchão de amar.

O amor é grande e cabe

No breve espaço de beijar

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro. Nova Aguilar 1983.

Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as idéias relacionadas, um sentido de

a) oposição.

b) comparação.

c) conclusão.

d) alternância.

e) finalidade.

QUESTÃO 8

Querido Sr. Clemens,

Sei que o ofendi porque sua carta, não datada de outro dia, mas que parece ter sido escrita em 5 de julho, foi muito abrupta; eu a li e reli com os olhos turvos de lágrimas. Não usarei meu maravilhoso broche de peixe-anjo se o senhor não quiser; devolverei ao senhor, se assim me for pedido…

OATES, J. C.Descanse em paz. São Paulo: Leya, 2008.

Nesse fragmento de carta pessoal, quanto à sequenciação dos eventos, reconhece-se a norma-padrão pelo(a)

a) colocação pronominal em próclise.

b) uso recorrente de marcas de negação.

c) emprego adequado dos tempos verbais.

d) preferência por arcaísmos, como “abrupta” e “turvo”.

e) presença de qualificadores, como “maravilhoso” e “peixe-anjo”.

QUESTÃO 9

S.O.S. Português

Por que os pronomes oblíquos têm esse nome e quais as regras para utilizá-los?

As expressões “pronome oblíquo” e “pronome reto” são oriundas do latim (casus obliquus e casus rectus). Elas eram usadas para classificar as palavras de acordo com a função sintática. Quando estavam como sujeito, pertenciam ao caso reto. Se exerciam outra função (exceto a de vocativo), eram relacionadas ao caso oblíquo, pois um dos sentidos da palavra oblíquo é “não é direito ou reto”. Os pronomes pessoais da língua portuguesa seguem o mesmo padrão: os que desempenham a função de sujeito (eu, tu, ele, nós, vós e eles) são os pessoais do caso reto; e os que normalmente têm a função de complementos verbais (me, mim, comigo, te, ti, contigo, o, os, a, as, lhe, lhes, se, si, consigo, nos conosco, vos e convosco) são os do caso oblíquo.

NOVA ESCOLA. Coluna “Na dúvida”, dez. 2008, p. 20.

Na descrição dos pronomes, estão implícitas regras de utilização adequadas para situações que exigem linguagem formal. A estrutura que está de acordo com as regras apresentadas no texto é:

a) Eu observei ela.

b) Eu a vi no quarto.

c) Traga a tinta para eu.

d) Traga tinta para mim pintar.

e) Esse acordo é entre eu e você

QUESTÃO 10

Agora eu era herói

E o meu cavalo só falava inglês.

A noiva do cowboy

Era você, além das outras três.

Eu enfrentava os batalhões,

Os alemães e seus canhões.

Guardava o meu bodoque

E ensaiava o rock para as matinês.

CHICO BUARQUE. João e Maria, 1977 (fragmento).

Nos terceiro e oitavo versos da letra da canção, constata-se que o emprego das palavras cowboy e rock expressa a influência de outra realidade cultural na língua portuguesa. Essas palavras constituem evidências de

a) regionalismo, ao expressar a realidade sociocultural de habitantes de uma determinada região.

b) neologismo, que se caracteriza pelo aportuguesamento de uma palavra oriunda de outra língua.

c) jargão profissional, ao evocar a linguagem de uma área específica do conhecimento humano.

d) arcaísmo, ao representar termos usados em outros períodos da história da língua.

e) estrangeirismo, que significa a inserção de termos de outras comunidades linguísticas no português.

Gabarito

12345678910
acdbacacbe

Para aprender mais

Espero que esses exercícios tenham ajudado você a entender melhor a importância de estudar Língua Portuguesa para o Enem. Se tiver dúvidas e quiser aprender mais sobre redação e gramática, acesse meu site e inscreva-se para receber meus conteúdos!

SAIBA MAIS

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📚 ENEM: 9 COMPETÊNCIAS COBRADAS EM LINGUAGENS
📚 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS SOBRE INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTO

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2 comentários

  1. Muito bacana pra se preparar pro Enem

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