A seguir, vamos conhecer alguns dos erros mais comuns de portguês em concursos. Ao longo de todo texto, você vai encontrar links para conteúdo mais aprofundados sobre cada assunto. Não deixe de conferir cada um para potencializar seus estudos. Vamos lá!

Os erros mais comuns de português em concursos

Todos cometemos erros. Porém, existem alguns deslizes que devemos evitar, principalmente no concurso público. Ninguém precisa saber de tudo, mas há algumas regrinhas e usos que podem fazer a diferença entre ser aprovado ou não.

A seguir, vamos conhecer alguns dos erros mais comuns de português em concursos. Ao longo de todo texto, você vai encontrar links para conteúdo mais aprofundados sobre cada assunto. Não deixe de conferir cada um para potencializar seus estudos. Vamos lá!

Ortografia

A ortografia refere-se à maneira certa de escrever as palavras. Ela é fundamental para uma série de questões e, principalmente, para a redação. Erros ortográficos descontam pontos e podem fazer a diferença na hora da sua aprovação.

Alguns deslizes comuns:

  • ch e x. Ex: cheque e xeque.
  • ç, ss e s. Ex: seção, possessão e pretensão.
  • g e j. Ex: viagem e viajar.
  • “mas” e “mais“. Ex: Eu gosto dele, mas não dela. / Eu gosto mais dele do que dela.
  • “a gente” e “agente“. Ex: Galera, a gente vai ou não? / James Bond é um agente do serviço secreto britânico.
  • “com certeza” e “concerteza“. A forma correta é a primeira, a segunda não existe.
  • “menos” e “menas”. A forma correta é a primeira, a segunda não existe.
  • “meio” e “meia”. A palavra “meia” refere-se ao acessório que colocamos nos pés ou é sinônimo da palavra “metade”. Ex: Ela estava meio cansada, então tomou meia xícara de café para acordar.
  • “a” e “há”. Como indicativos de tempo passado, usamos “há”; para indicar futuro ou distância, usa-se o “a”. Ex: Casei-me há dois anos. / Casar-me-ei daqui a dois anos. / Moro a duas quadras do cursinho.
  • “onde” e “aonde”. O uso correto vai depender da transitividade do verbo. Se houver preposição, usamos “aonde”. Ex: Você sabe onde estamos? / Ele nem sabe aonde vai.
    Dica extra: “onde” indica local estático; já “aonde” indica movimento (veja os verbos que indicam mais movimento).

Acentuação gráfica

A última reforma ortográfica ainda pega muita gente. Um dos exemplos são os casos de acentuação, mais especificamente os ditongos abertos nas penúltimas sílabas.

Embora já faça um bom tempo, muita gente ainda não se acostumou com palavras como “jiboia”, “ideia” e “colmeia”, que não têm mais o acento agudo.

Outro exemplo é o fim do acento circunflexo em palavras que possuem encontro de vogais iguais, mas em sílabas diferentes. Termos como “voo”, “leem”, “enjoo” e “creem” não são acentuadas.

O acento diferencial é um terceiro caso que engana os desprevenidos, principalmente os mais velhos. Palavras como “para” (preposição ou do verbo “parar”) e “pelo” (preposição e substantivo) não têm mais qualquer tipo de acento que as diferencie.

Importante: o acento para indicar tempos verbais diferentes e singular/plural segue firme e forte. Exemplos: “tem”(singular) e “têm” (plural); “pode” (presente) e “pôde” (passado).

Aprenda mais sobre o assunto:
👉 ACENTUAÇÃO GRÁFICA: REGRAS E EXERCÍCIOS

Crase

A crase é uma questão de acentuação que merece um tópico à parte. O uso não é difícil, mas muita gente ainda erra no básico.

Para começar: a crase é o encontro entre duas vogais, ou seja, é a junção do artigo definido feminino ‘a’ e a preposição ‘a’, formando o ‘à’ que conhecemos (este acento é chamado de acento grave).
Guarde assim: a + a = à.

Isso posto, a principal dica para entender o uso da crase é substituir a palavra precedida pelo ‘a’ para um termo equivalente masculino.

Exemplo: Vou à missa.

Como saber se a crase está certa? Vamos trocar por uma palavra masculina semelhante:

Vou ao casamento.

Veja que, com o termo masculino, houve a contração entre a preposição ‘a’ e o artigo ‘o’. Portanto, no caso de uma palavra feminina, teríamos a + a.

Assim, já temos o básico para o uso da crase: ela ocorrerá somente antes de palavras femininas e nunca antes de palavras masculinas (com as devidas exceções). Além disso, não haverá crase se o artigo ‘a’ estiver no singular antes de uma palavra no plural.

Exemplo: Ele sempre comparece a cerimônias públicas / Ele sempre comparece às cerimônias públicas.

Outro caso clássico que costuma gerar muita gente é a crase antes de lugares. “Vou a Bahia” ou “Vou à Bahia”? Neste caso, substitua a preposição ‘a’ por ‘para’. Se o resultado for “para + a”, você sabe que, no caso anterior, deverá haver crase.

Exemplos:

Fui à Bahia / Fui para a Bahia.

Fui a Curitiba / Fui para Curitiba.

Aprenda mais sobre o assunto:
🔸 CRASE: DICAS PRÁTICAS PARA NUNCA MAIS ERRAR
🔸 CASOS ESPECIAIS DE CRASE: COMO USAR?
🔸 10 EXERCÍCIOS DE CRASE COM GABARITO

Concordância verbal e nominal

Concordância é a relação entre os termos da oração. Se usamos uma palavra feminina no plural, por exemplo, os verbos e nomes relacionados a ela devem seguir o mesmo número e gênero.

Concordância verbal

É a relação entre o verbo e o sujeito.

Exemplos:

O rapaz entrou no bar.

Os rapazes entraram no bar.

Concordância nominal

É a relação entre o chamado sintagma nominal e os termos que o acompanham. Isso inclui adjetivos, pronomes, artigos, numerais e particípios.

Exemplos:

O gato preto.

O gato e o rato pretos.

Aprenda mais sobre o assunto:
🔹 TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL
🔹 REGRAS DA REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
🔹 EXERCÍCIOS SOBRE CONCORDÂNCIA VERBAL

Regência verbal e nominal

Em uma oração, temos dois elementos:

  • Regente: o que pede um complemento.
  • Regido: o que complementa o sentido do regente.

Na regência verbal, o regente é um verbo; na regência nominal, é um nome (adjetivo, substantivo etc.).

Exemplo:

Compre um livro.

Nesta oração, “um livro” é o regido de “comprei”, que é o regente, pois complementa seu sentido.

Regência verbal

Relação de dependência entre os verbos e seus complementos. Neste caso, você precisa conhecer bem a transitividade dos verbos (transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto ou intransitivo). 

Exemplo:

Os alunos confiam em mim.

Quem confia, confia em algo ou alguém. Temos, aqui, um verbo transitivo indireto, pois exige complemento. “Os alunos” é nosso regente, e “em mim” é o regido.

Regência nominal

Relação de dependência entre um substantivo, adjetivo ou advérbio e seus complementos. A regência nominal é sempre acompanhada de uma preposição.

Exemplo:

Ele está acostumado com a situação.

“Acostumado” é um adjetivo, ou seja, é nosso termo regente. E uma vez que temos um nome regendo a frase, confirmamos que se trata de regência nominal. Já “com a situação” é o regido, no caso, um complemento nominal.

Aprenda mais sobre o assunto:
🔻 REGRAS DA REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL
🔻 REGÊNCIA NOMINAL: O QUE É E COMO IDENTIFICÁ-LA?

Colocação pronominal

Temos três casos de colocação pronominal:

  • Próclise: quando o pronome vem antes do verbo. Ex: Não me venha com essa!
  • Ênclise: quando o pronome vem depois do verbo. Ex: Traga-me o dinheiro.
  • Mesóclise: quando o pronome aparece no meio do verbo. Ex: Dar-te-ia tudo o que tenho.

Existem muitas regras para uso de cada um desses casos, mas o erro mais comum cometido pelas pessoas é começar a oração com um pronome, o que não é permitido.

Exemplos:

Dê-me a carta. (e não “Me dê a carta”).

Outra deslizada muito encontrada se refere à mesóclise. Esse tipo de colocação pronominal só pode ocorrer em dois casos: no futuro do presente ou no futuro do pretérito.

Exemplo:

Emprestar-me-ia aquela camisa amanhã. (emprestaria + a mim).

Aprenda mais sobre o assunto:
▪️ TUDO SOBRE ÊNCLISE: COLOCAÇÃO PRONOMINAL
▪️ TUDO SOBRE PRÓCLISE: COLOCAÇÃO PRONOMINAL
▪️ COLOCAÇÃO PRONOMINAL: MESÓCLISE – QUANDO USAR? 

Pontuação

Quando o assunto é pontuação, o erro mais encontrado nas provas é usar vírgula para separar o sujeito do predicado ou o verbo do complemento.

Exemplos (errado / certo):

As pessoas, gostam de ver filmes. / As pessoas gostam de ver filmes.

Maria, vendeu seu carro. / Maria vendeu seu carro.

Outro caso comum é esquecer de colocar a vírgula após o vocativo (é obrigatória). 

Exemplos:

Garçom, mande mais duas, por favor!

Querida Pamba, hoje acordei pensando em você…

Aprenda mais sobre o assunto:
🔵 USO DA VÍRGULA: COMO NÃO ERRAR MAIS?
🔵 PONTO E VÍRGULA: QUANDO USAR PONTO E VÍRGULA? 

Vocabulário e expressões idiomáticas

Expressões idiomáticas são frases que utilizamos no sentido conotativo, tanto na fala quanto na escrita, que dão às palavras um significado diferente do literal.

Exemplo:

Você pode me dar uma mãozinha?

Até aí tudo bem, não é um erro. No entanto, em uma redação, é preciso tomar cuidado com esse tipo de construção, para não incorrer em ambiguidade, que é quando uma oração ou palavra não possui sentido claro.

Esse é considerado um vício de linguagem e desconta pontos, pois se trata de uma frase mal construída.

Exemplo:

Eu avisei ao aluno que estava doente.

Quem estava doente? Eu ou o aluno?

A ambiguidade nos leva a outro conceito importante: a polissemia, que é quando uma palavra possui diferentes sentidos dependendo do contexto.

Exemplo:

Acenda a vela, por favor.

Temos que içar a vela!

A polissemia pode levar à ambiguidade. Por isso, cuidado!

Vale citar ainda os casos de parônimos e homônimo, que também podem levar a problemas de entendimento e erros:

Parônimos: palavras com grafia e som parecidos, mas com significados diferentes.

Exemplo:

aprender (conhecimento) x apreender (captar)

Homônimos: palavras com a mesma pronúncia, mas significados diferentes.

Exemplos:

colher (verbo) x colher (substantivo)

cerrar (fechar) x serrar (cortar)

caminho (substantivo) x caminho (verbo)

Aprenda mais sobre o assunto:
✔️ POLISSEMIA E AMBIGUIDADE: QUAL A DIFERENÇA ENTRE ELAS?
✔️ PARÔNIMOS E HOMÔNIMOS: QUAL A DIFERENÇA ENTRE ELES?

Dicas para evitar erros comuns de português em concursos

Para prevenir esses e outros erros você pode tomar algumas precauções. O primeiro passo é estudar e revisar bem o conteúdo antes da prova. A língua portuguesa tem muitas regras e exceções, mas busque se aprofundar nos assuntos que mais caem, como os que vimos neste post.

Mas não adianta tentar decorar tudo. Foque nos assuntos que você domina menos. Se você conhece bem os usos da vírgula, foque seu tempo em outra coisa.

Também tenha em mente que Português é uso. Por isso, pratique bastante com exercícios e simulados. Baixe provas de anos anteriores da mesma banca que está organizando o seu concurso e resolva as questões. Essa é uma ótima forma de se familiarizar com o estilo e a dificuldade de cada prova.

Ler também é fundamental. Mas, para aprender, tem que ser uma leitura de qualidade. Textões de rede social estão cheios de erros! Leia jornais e revistas, pegue um livro. Com o tempo, você “absorve” bons hábitos de escrita e vocabulário. Na próxima vez que vir um “poriço” ou “concerteza” ficará com aquela pulga atrás da orelha.

Com tudo isso, não se esqueça também de praticar a escrita. Redação não é dom, é prática e técnica. Portanto, se seu concurso tiver redação, escreva bastante.

Leia mais: COMO ESTUDAR LÍNGUA PORTUGUESA PARA CONCURSO?


Espero que esse post ajude você a conhecer mais sobre os erros mais comuns de português em concursos. Se tiver dúvidas e quiser aprender mais sobre redação e gramática, acesse meu site e inscreva-se para receber meus conteúdos!

SAIBA MAIS
📚 PERÍODO COMPOSTO PARA CONCURSOS PÚBLICOS
📚 CONCURSO PÚBLICO: DICAS PARA MANDAR BEM NA REDAÇÃO
📚 10 DICAS DE PORTUGUÊS PARA CONCURSOS

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